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  • Foto do escritorValeska Petek

"Running from"​ ou "running to"​: qual tipo de candidato você é?


Houve uma época em que eu queria muito trocar de emprego. Estava em uma empresa boa, mas as atividades do cargo que eu ocupava não tinham muito a ver comigo. Enquanto fazia o melhor que eu podia naquela posição, participei de todo tipo de processo seletivo: desde vagas de Analista em empresas da minha região até um programa de Trainee em que viajei até outro estado pra comparecer às etapas finais (dinâmicas e painéis com gestores). Na época, até um concurso público eu prestei para entender se seria uma alternativa pra mim.


Essa fase me trouxe muita frustração porque era uma negativa atrás da outra. Eu não entendia o que estava fazendo de errado, pois tentava de tudo e ainda assim parecia que eu não era boa o suficiente pra nada. Me questionei se não deveria ter estudado outra coisa, se os elogios que eu havia recebido de colegas de trabalho eram mesmo sinceros... Me sentia uma fraude - afinal, se eu era tão boa, porque nenhum processo seletivo resultava em uma oferta de trabalho?


Ao concorrer a diversas vagas de forma aleatória, eu gastava muita energia enquanto tentava convencer os Recrutadores de que todas elas combinavam comigo. Era evidente que eu não tinha foco - eu não sabia qual vaga eu queria, só sabia que queria algo diferente do emprego atual.

Isso me prejudicava nos processos, e só entendi o motivo quando estive do outro lado da mesa (como Recrutadora).


O CANDIDATO QUE CORRE (PARA QUALQUER LUGAR)


O contexto que descrevi, de quando eu buscava por um novo emprego sem ter muito foco sobre o que queria, é um exemplo de candidato running from, que seria, em uma tradução livre, quem está "correndo de". Esse tipo de candidato sabe que não está feliz com o contexto atual de trabalho... e só. Acaba tentando vagas com perfis diversos, em que até atende os requisitos, mas acaba nunca se diferenciando.


Vamos imaginar um profissional que seja graduado em Letras e atue como Professor de Inglês. Essa formação poderia ser, também, o requisito de uma vaga de Coordenador Pedagógico de uma escola. Outro caminho seria atuar em uma editora de livros didáticos, com a elaboração de conteúdos. Uma terceira possibilidade para esse profissional seria se especializar e buscar uma vaga mais próxima de um cargo de Tradutor e Intérprete.


Perceba que todas elas podem (dependendo do que cada empresa especifica como requisitos) se beneficiar de um profissional com uma formação em Letras e foco no idioma Inglês. Entretanto, o perfil de cada vaga pode ser bem diferente - afinal, quem atua com a elaboração de materiais didáticos tem uma rotina bem diferente de quem é Intérprete e, portanto, as habilidades necessárias para ter um bom desempenho no cargo (e que serão avaliadas durante o processo seletivo) também são diferentes.


É por isso que, para candidatos que estão running from, a busca por um novo emprego acaba demandando muita energia: como se preparar para tantos processos seletivos quando uma vaga é tão diferente da outra? Os argumentos podem soar confusos e não convincentes - e o Recrutador provavelmente irá perceber isso.



O CANDIDATO QUE CORRE (PARA DETERMINADO LUGAR)


Há outro tipo de candidato: o que, além de saber que não está feliz com o contexto atual de trabalho, tem clareza do que quer. Mesmo que ele esteja aberto a mais de um tipo de vaga, elas têm um perfil parecido - ou seja, esse candidato coloca a sua energia em reunir argumentos que mostrem que ele está preparado para assumir aquela vaga. Assim, em vez de estar "correndo para todos os lados" apenas no intuito de sair do emprego atual, ele é o candidato que está "running to", ou seja, correndo "para/em direção a" algo em específico.


Quando eu entrevistava candidatos que tinham foco, era nítido. Eles costumam saber o que querem e se preparam para defenderem o porquê merecem estar ali. Eles pareciam "cair como uma luva", combinando exatamente com o que a vaga precisava.

Claro que, nesse momento, cabe ao Recrutador a importante tarefa de checar a veracidade das informações apresentadas. Afinal, não se trata de contratar o candidato apenas por saber "se vender" - ele precisa apresentar argumentos reais que demonstrem que ele está preparado para assumir aquela posição.


No exemplo do nosso Professor de Inglês, caso seu foco estivesse em atuar como Coordenador Pedagógico, valeria a pena enfatizar, durante a entrevista, as suas habilidades de planejamento e gestão de pessoas, por exemplo. Entretanto, se esse mesmo profissional estivesse buscando oportunidades para atuar na elaboração de materiais didáticos, algumas habilidades que o ajudariam seriam uma boa comunicação escrita e a atenção aos detalhes. Vagas diferentes pedem estratégias diferentes - ao mirar em ambas usando os mesmos argumentos, acabamos não acertando em nenhuma delas.


COMO DEIXAR DE SER O CANDIDATO RUNNING FROM E PASSAR A SER O CANDIDATO RUNNING TO?


O principal ponto que diferencia um candidato running from de um candidato running to é a existência de foco. Se você não está satisfeito com o seu momento profissional, mas ainda não tem clareza do que te faria feliz (ou seja, sabe o que não quer, mas não sabe o que quer), comece por aí. Aqui vão dois artigos que podem te dar um norte:



Para acelerar o seu processo de descoberta (e de planejamento, para que você comece o quanto antes a fazer essa mudança acontecer), te sugiro também conversar com um Mentor de Carreira. Isso te ajudará a ganhar tempo, pois você terá acesso ao conhecimento e à experiência de alguém que sabe como cruzar o caminho que você deseja percorrer.

Sabendo o que te faz feliz - ou seja, o que você realmente busca para a sua vida profissional, independentemente de onde você esteja hoje - é hora de preparar os seus argumentos (dicas sobre isso aqui) para mostrar aos Recrutadores como você está apto a assumir um novo desafio! :)


Quer saber mais sobre como realizar seus sonhos de carreira?


Marque aqui alguém que vai gostar desse artigo. Vou adorar ler seus comentários ou dúvidas!


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Artigo publicado originalmente aqui.

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