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  • Foto do escritorValeska Petek

Nervosismo na Entrevista: como a neurociência pode te ajudar


Se o nervosismo já te impediu de se "vender" em um processo seletivo, este artigo é para você.

Uma entrevista de emprego geralmente representa uma oportunidade de recomeço, portanto é natural haver um pouco de nervosismo. Entretanto, há casos em que a emoção é tão intensa, que até bons candidatos sentem uma grande dificuldade ao contar sua história.


Já vivenciei isso como candidata (nunca me esqueço das mãos tremendo😅) e também na posição de entrevistadora (em que conversei com muitos candidatos com bom currículo que tinham dificuldade de expressar seu potencial).


Para abordar o tema comigo e te ajudar a pensar em como lidar melhor com essa sensação, convidei Melanie Retz, doutora em Comunicação e especialista em Neurociência da Comunicação.


Vem com a gente! 👇🏻


A NEUROCIÊNCIA EXPLICA 🧠🔬


Nosso cérebro contém uma espécie de “radar de ameaças”, ou seja, ele sinaliza rapidamente ao nosso corpo situações que podem significar perigo para podermos nos proteger. Os mesmos mecanismos cerebrais ativados para alertar nossos antepassados a se protegerem de animais ferozes ou de tribos inimigas são acionados quando nos sentimos em perigo, inseguros ou com medo em situações do dia a dia.


Quando enfrentamos alguma situação de alto impacto emocional, como uma entrevista de emprego, uma reunião importante de trabalho ou uma apresentação em público, por exemplo, momentos em que nos sentimos julgados e testados, em que não sabemos o que se espera de nós, se nossas competências serão suficientes, ou quando sentimos medo, insegurança ou temos a sensação de que estamos sob alguma ameaça, a amígdala, uma estrutura do nosso cérebro que é o nosso detector de ameaças, dispara substâncias preparando nosso corpo para lutar ou fugir. E aí somos regidos basicamente pelas emoções, sem pensar!


Nessa hora, o coração bate mais rápido, a respiração acelera, as mãos e pernas tremem (pois mais glicose é liberada para podermos correr), dá um friozinho na barriga (já que o sangue dessa região é deslocado para áreas mais estratégicas para a fuga)... e o pior: não conseguimos raciocinar direito, nada faz sentido! Isso acontece porque o córtex pré-frontal, a área responsável pela racionalidade, pela estratégia, pelo planejamento, pelo autocontrole, é rebaixada, deixando o sistema emocional atuar com mais ímpeto. É nesse momento que nos sentimos feito um carro desgovernado, descendo ladeira abaixo: faltam palavras, dá “branco”, não raciocinamos direito, as mãos tremem, a voz falha, gaguejamos, entre outros.


Quando entramos numa entrevista sob alto impacto emocional, acabamos não demonstrando o nosso verdadeiro potencial e todas as nossas competências, habilidades, experiências e articulação por não conseguir pensar direito. E aí nosso desempenho pode descer ladeira abaixo também. Por isso, é tão importante regularmos nossas emoções, pisar no freio, firmar o punho na direção para conseguirmos controlar o nervosismo, ter mais autocontrole e estratégia para conquistar a tão desejada vaga de trabalho.


COMO LIDAR, ENTÃO, COM O NERVOSISMO EM UMA ENTREVISTA DE EMPREGO?


Aqui vão alguns passos que contribuem para que essa emoção não te domine nesse momento:


  1. ✍ Prepare-se. Nosso desempenho está diretamente ligado à familiaridade que temos no assunto e à quantidade de vezes que o repetimos, pois o cérebro tende a automatizar as informações e isso exige menos esforço mental na hora. Por isso, se preparar para o momento é fundamental. Nossa comunicação pode ser dividida em dois momentos: planejamento e execução. O momento de planejar suas respostas (antes da entrevista) é fundamental, pois ali você pode escrever, apagar e reelaborar suas ideias, com tempo e calma. Para isso, pense em situações em que teve êxito no trabalho, nas suas habilidades, liste as perguntas mais comuns em entrevistas de emprego e escreva o que pretende responder a elas (inspirações disponíveis neste artigo);

  2. 🗣 Treine com a "mão na massa". Você pode treinar em frente ao espelho, falando em voz alta, gravando vídeos de si mesmo, ou até conversando com alguém que possa te dar feedbacks (como um Mentor de Carreira). Mesmo as entrevistas reais são formas de treinar, pois, ainda que não resultem em uma aprovação no processo seletivo, são uma oportunidade de se testar em um contexto real e ir naturalizando a situação, tornando-a mais corriqueira. O importante é repetir até se tornar fácil e se sentir confiante;

  3. 🙄 Observe sua comunicação não-verbal. Seus gestos, postura, expressões do rosto e até tom de voz comunicam como você se sente. Para ajustar esses fatores e transmitir mais confiança, o caminho é trabalhar suas próprias emoções (a famosa Inteligência Emocional). Um candidato mais tranquilo naturalmente expressa isso, mesmo antes de verbalizar qualquer resposta com palavras. Saiba mais sobre o tema neste artigo;

  4. 🙆♀️ Empodere-se com “postura de autoconfiança”. Da mesma forma que, quando estamos tristes ou felizes, isso interfere na nossa postura corporal, a nossa postura corporal também influencia nosso estado mental (este vídeo explica detalhes deste conceito). Então, quando nos encolhemos, curvamos, baixamos a cabeça, dizemos à nossa mente que não temos capacidade para algo, que estamos inseguros. Já quando nos colocamos numa postura mais ereta, de peito aberto e cabeça erguida (não nariz empinado, pois isso passa arrogância), nosso corpo avisa o cérebro que estamos confiantes e isso gera quimicamente a sensação de autoconfiança, ajudando-nos na entrevista, fazendo-nos sentir mais relaxados e aptos a convencer o entrevistador da nossa competência;

  5. ✅ Diga a verdade. É mais fácil mantermos a calma quando estamos sendo sinceros, quando não tentamos fantasiar nada, e sim demonstrar o que realmente somos. Quando precisamos gerenciar duas narrativas na mente – a real e a inventada/supervalorizada – isso gera angústia, aflição, e contribui para alterar nosso estado emocional, aumentando o nervosismo. Foque no que é real, nas suas verdadeiras habilidades, sem querer demonstrar algo que não é;

  6. ❤️🩹 Nomeie suas emoções. “Estou ansiosa”, “Sinto insegurança”, “Estou com raiva dessa pergunta”... Quando nomeamos (ainda que apenas mentalmente) as emoções, que são basicamente respostas automáticas e involuntárias do corpo, levamos essa informação para a área mais consciente do cérebro e isso nos ajuda a gerenciá-las melhor. Não conseguimos controlar a emoção (que é uma resposta fisiológica e muito rápida), mas conseguimos controlar o comportamento que vem depois dela e nos adequar à situação;

  7. 🌬 Respire lentamente. Uma das poucas coisas que conseguimos controlar quando ficamos nervosos é a respiração. Respirar e expirar lentamente avisa seu cérebro que você não está em perigo e isso ajuda no controle emocional, acalma a mente e nos faz conseguir raciocinar melhor nas respostas;

  8. 🌟 Pense em coisas positivas e momentos de felicidade. Isso ajuda a liberar endorfinas no corpo e a acalmar a mente. Evite a síndrome do impostor, pensar em coisas como “não tenho competência para isso”, “não estou preparado”, pois isso gera insegurança e nervosismo. Lembre-se de situações felizes, em que se sentiu bem e confortável, essa estratégia pode ajudar demais;

  9. 👂 Preste atenção ao entrevistador. Quando ficamos nervosos, a tendência é não conseguimos focar no que está sendo perguntado ou dito e fazer milhões de questionamentos mentais. Para se livrar da "falação" mental, respire fundo e diga a si mesmo: “Fulano(a), segura a onda, você consegue, foca no que o entrevistador está dizendo!”;

  10. 😊 Sorria. Claro, sem exageros. Mas o sorriso cria empatia com quem está ao seu lado, quebra barreiras e também te ajuda a relaxar. Simpatia é fundamental para abrir portas.


Por tratar-se de uma etapa tão importante em sua carreira, é difícil eliminar totalmente o nervosismo em uma entrevista de emprego. A ideia, então, é preparar-se adequadamente para conseguir dosá-lo, de forma que você possa demonstrar quem você realmente é :)


O que fazer agora?

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  • Melanie Retz, da Brain2B, dá treinamentos e mentorias em Neurociência da Comunicação, para quem quer se comunicar melhor e ter uma mente mais leve, criativa e feliz. Fale com ela via LinkedIn ou pelo +55 (14) 98219-3909.


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Artigo publicado originalmente aqui.

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