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  • Foto do escritorValeska Petek

A diferença entre um currículo padrão e um estratégico: e como fazer o seu


Você já reparou em quantos temas nós precisamos aprender sozinhos quando nos tornamos adultos? Eu mesma ainda peço ajuda para alguns que não domino, como "pagar impostos" e "trocar a resistência do chuveiro". No contexto profissional, conseguir um emprego é um ótimo exemplo de algo extremamente importante para nossas vidas, que tem várias etapas (envio de currículo, participação em entrevistas, etc.) e que frequentemente não temos a menor ideia de por onde começar.


Com relação à elaboração de um currículo, no começo da minha carreira eu ainda usava o Google como referência, e eventualmente algum amigo também me enviava o seu currículo pra eu me inspirar. Mesmo após alguns anos de experiência, meus currículos não iam muito além disso: a única mudança era que eu passava a ter mais experiências e cursos para incluir. Ah, e dependendo do meu gosto artístico do momento, o design trazia novas fontes e cores.


Como a minha formação havia sido em Comunicação (Relações Públicas) eu já conhecia a importância de um texto bem escrito, mas ainda não entendia como trazer isso na estrutura de um currículo. Como eu poderia destacar minha história profissional em uma (ou duas) páginas?


Durante a minha experiência do outro lado da mesa, atuando como Recrutadora, revisei cerca de 20 mil currículos. Ler a história (resumida) de profissionais de todos os níveis hierárquicos me mostrou o que os melhores currículos tinham em comum.

Os melhores currículos tinham em algo em comum e não era, necessariamente, o design moderno, com uma foto feita em um estúdio profissional, e frases impactantes como "irei revolucionar o departamento". Também não eram, necessariamente, os currículos de profissionais que haviam um alto nível de escolaridade em universidades renomadas e com inglês fluente provenientes de um intercâmbio internacional. Os melhores currículos, em resumo:


  • Eram aderentes ao perfil da vaga;

  • Provocavam a curiosidade em saber mais sobre o candidato (ou seja, entrevistá-lo).


"MAS, VALESKA, ENVIEI UMA PILHA DE CURRÍCULOS E NADA!"


Sabe aquela sensação de que enviamos muitos currículos e nada acontece? Isso pode ser explicado por algumas hipóteses:


  • A concorrência é realmente alta: você vem tentando oportunidades muito concorridas, o que dificulta que você se destaque (pois há outros candidatos igualmente ou mais qualificados, também interessados na mesma vaga que você);

  • Sua capacitação ainda não atinge o mínimo necessário para aquela posição: você atende parcialmente os requisitos, mas não o suficiente - de acordo com os critérios de cada empresa - para desempenhar aquelas atividades. É importante reforçar que você não precisa atender 100% dos requisitos, mas há uma porcentagem mínima que varia conforme cada caso;

  • Você é um dos melhores candidatos disponíveis naquele momento para aquela posição, mas não comunicou isso de forma persuasiva no seu texto. Ou seja, você tem uma bagagem relevante, mas pelo currículo não é possível enxergá-la;


ASSIM, PRIMEIRO: AVALIE SE A VAGA REALMENTE COMBINA COM VOCÊ


Considere todo o CHA: Conhecimentos (requisitos técnicos), Habilidades (requisitos de experiência) e Atitudes (requisitos comportamentais) para avaliar o quanto você está próximo do que a vaga precisa (eu conto mais sobre o CHA nesse artigo sobre como funciona um processo seletivo).


Se imaginarmos uma vaga voltada à área de Vendas, por exemplo, que tem como requisitos uma formação superior na área de marketing ou similares, experiência com atendimento ao cliente, e habilidades de negociação; seria mais difícil mostrar que alguém com formação em Engenharia se encaixaria bem nessa oportunidade.


E pode ser que não faça o menor sentido para esse Engenheiro buscar uma oportunidade na área de Vendas, pois ele não possui capacitação ou interesse no ramo (apenas precisa de um emprego e por isso toparia o desafio). Teoricamente o currículo desse candidato não teria muita aderência com a vaga disponível, pois o profissional responsável pelo processo seletivo visa encontrar o candidato que mais se aproxima do perfil desejado (e, havendo outros candidatos que atendam os requisitos diretamente, eles terão vantagem).


Reforço que na frase anterior eu cito que teoricamente o candidato Engenheiro não combinaria tanto com a vaga em Vendas, mas depende. E se ele quiser tentar uma vaga de Vendedor em uma indústria automobilística?

Se esse candidato realmente vê nessa oportunidade algo que está alinhado com o seu plano de carreira (e portanto faz super sentido para ele atuar em uma área de Vendas) vale a pena concorrer a ela. Atendendo aos requisitos (por exemplo, tendo experiência com atendimento ao cliente, e habilidades de negociação), o desafio agora é mostrar como ele é, mesmo sem uma formação em marketing, um candidato com potencial para essa posição.


SEGUNDO: CONSTRUA SEU CURRÍCULO PARA DAR "MATCH" COM A VAGA E GERAR CURIOSIDADE


Em aplicativos de relacionamento (como o Tinder) usa-se a palavra "match" (combinar, em inglês) para descrever quando duas pessoas se interessam uma pela outra. Assim, elas têm a possibilidade de começar a conversar pelo aplicativo e se conhecerem melhor.


No âmbito profissional, o currículo serve como o seu convite para que os profissionais responsáveis pelo processo seletivo tenham interesse em te conhecer melhor (ou seja, te convidem para uma entrevista). E pra isso acontecer, não se trata de contar a sua autobiografia no currículo - é preciso ser estratégico:


Perceba que aquele currículo "tudão", extenso e com todas as informações da sua vida profissional, pode chamar a atenção pelo volume, mas não é estratégico. Para contar a sua história em no máximo duas páginas, menos é mais.

E sabe qual a sua maior fonte de inspiração para o conteúdo? A própria descrição da vaga. Diferentemente do contexto de relacionamento (dos aplicativos), onde não sabemos exatamente o que a outra pessoa busca em um parceiro, a empresa te conta exatamente o que ela está buscando. Aproveite essa informação disponível: leia com atenção e, a partir disso, construa o seu texto (sempre de forma honesta), destacando tudo o que você tem a oferecer.


"MAS, VALESKA, SÃO MUITAS VAGAS, EU NÃO DOU CONTA DE LER TODAS AS DESCRIÇÕES E PERSONALIZAR OS CURRÍCULOS!"


Se você busca vagas com perfis muito diferentes, realmente terá bastante trabalho ajustando o currículo para cada uma delas. Para otimizar seu tempo, você pode seguir esse caminho:


  • Selecione sua vaga favorita e dedique um tempo na construção estratégica de um único currículo, que conte a sua história de vida valorizando os aspectos que têm a ver com essa vaga: cursos, vivências e soft skills que te ajudarão a ter um bom desempenho caso assuma o cargo - ou consulte um Mentor de Carreira para guiá-lo nesse processo de elaboração;

  • Faça pequenas adaptações ao enviar o seu currículo para vagas parecidas. No nosso exemplo do Engenheiro que quer atuar em uma área de Vendas, se as vagas forem todas em indústrias, os argumentos que o ajudarão a convencer que ele é o candidato ideal serão muito parecidos. Ou seja, os ajustes para cada oportunidade serão bem pequenos;

  • No caso de vagas muito diferentes (por exemplo, caso o nosso candidato descrito previamente, Engenheiro, também buscasse vagas na área de Manufatura), faça adaptações maiores (na prática, é como fazer um novo currículo com uma nova estratégia). Só há trabalho extra na reformulação de vários currículos caso você busque vagas muito diferentes.


Em resumo, o currículo estratégico pode até se inspirar em um template disponível no Google, mas é construído para contar a sua própria história. É possível, de forma sincera, valorizar os conhecimentos, as habilidades e as soft skills que você desenvolveu ao longo da sua carreira, sempre pensando no que a vaga precisa. É assim que criamos a sensação de que você "caiu como uma luva", ou seja, combina com aquela oportunidade.

Se você percebe que uma vaga tem tudo a ver com você, tente! Se candidate! E conte isso para o recrutador (por escrito e de forma resumida), mostrando o melhor da sua bagagem ao escrever o seu currículo. Não precisa contar todos os detalhes (lembre-se de que vocês irão aprofundar essa conversa em uma entrevista), mas não deixe de citar pontos importantes da sua história.


Lembre-se: sua história é única, e não existe outro profissional com a mesma combinação de competências que você tem. Conte isso de forma persuasiva e mostre tudo o que você tem a oferecer! :)


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Artigo publicado originalmente aqui.

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