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O Que Perguntar na Entrevista de Emprego: 5 sugestões estratégicas

Foto do escritor: Valeska PetekValeska Petek

💬 “Você gostaria de fazer alguma pergunta?” — questiona o entrevistador.


🙊 “Não, nenhuma.” — diz o candidato.

Você não é desclassificado de um processo seletivo só porque não tem nenhuma pergunta a fazer. Entretanto, você perde uma ótima oportunidade de (1) demonstrar o que você valoriza em sua carreira e (2) avaliar a empresa. Lembre-se:

Nem toda oportunidade é uma boa oportunidade.

Em uma troca de emprego, você pode (e deve!) avaliar se uma vaga faz sentido para você. Por isso, aqui vão cinco perguntas que você pode fazer na sua próxima entrevista de emprego. Dependendo do que você quer investigar, e do tempo disponível na entrevista para tirar essas dúvidas, sugiro escolher de duas a três delas.

Vem comigo!


1) Por que a vaga está aberta? 🤔


Caso o entrevistador não tenha contextualizado antes, vale entender o motivo de a posição estar disponível:


  • Aumento de Equipe: devido a um novo projeto ou aumento de demanda, é aberta uma nova vaga. Aqui, sugiro também perguntar sobre os desafios atuais do departamento, para que você tenha uma ideia mais ampla do que se espera como contribuição do novo membro da equipe;

  • Uma Reposição: se outro profissional ocupou essa vaga antes, tente investigar o motivo de ele tê-la deixado: foi devido a uma promoção interna? Ou uma demissão, por parte da empresa ou a pedido do ex-funcionário? Provavelmente você não conseguirá saber muitos detalhes sobre o caso, mas mesmo uma resposta genérica deve trazer algumas percepções sobre a cultura da organização.


Pontos de atenção: para uma vaga nova, observe se há clareza sobre a descrição do cargo e as responsabilidades que serão assumidas por você, caso seja contratado. Esse alinhamento de expectativas evita frustrações futuras para ambos. E para uma vaga de reposição de alguém que tenha saído, tente entender o que motivou o pedido de demissão do ex-funcionário ou o critério avaliado pela empresa para tomar a decisão de demiti-lo. Observe também as entrelinhas, como o tom de voz usado pelos entrevistadores ao se referir ao tema.

2) O que você considera como um bom desempenho para quem ocupa essa vaga?


Embora geralmente as Avaliações de Desempenho sejam geridas pela equipe de Recursos Humanos, essa questão é especialmente importante em uma entrevista com o líder da área. Aqui, a ideia é entender as expectativas da sua possível-futura-liderança com relação às suas entregas — não apenas as responsabilidades do dia a dia, mas também objetivos e metas relacionados ao cargo. A partir da resposta, avalie o quanto você se sente confortável com esses critérios.


Aproveite para entender como os feedbacks são realizados, tanto a periodicidade quanto o formato (se são reuniões oficiais ou conversas informais).


Pontos de atenção: a cultura de uma empresa é menos sobre valores estampados em um quadro na parede, e mais sobre o que realmente acontece no dia a dia. Por exemplo: se há menções como “vestir a camisa da empresa, não importa o horário”, “lidar bem com pressão porque isso faz parte da nossa rotina”, você pode esperar um ritmo intenso de trabalho por ali. Se isso fizer parte da sua estratégia de carreira, siga adiante. Se não, parta para a próxima. Aprofunde-se nessa avaliação com o artigo Qualidade de Vida: como saber se uma empresa valoriza (mesmo) a sua.


3) Qual o plano de carreira para quem assume esse cargo? 📈


Empresas mais estruturadas (como multinacionais) costumam ter processos claros sobre cargos, salários e critérios para promoção de funcionários. Como candidato em um processo seletivo, é possível que você ainda não tenha acesso a detalhes dessa estrutura interna, mas mesmo assim vale perguntar, pois uma resposta geral já te dará alguma referência. Isso também demonstra para o entrevistador que ter uma oportunidade de crescimento é algo que você valoriza em sua carreira.


Mesmo que você não tenha a intenção de continuar nessa empresa até sua aposentadoria (por exemplo, caso essa seja uma vaga-trampolim, ou seja, uma vaga intermediária que te levará a outra empresa no futuro), vale a pena entender suas opções.


Pontos de atenção: dificilmente uma empresa falará sobre oportunidades de crescimento em um tom de promessa, afinal, há fatores internos e externos à organização que podem mudar no futuro. Analise se, com as informações disponíveis no presente, há regras claras. Se há falas hesitantes ou um exagero de expressões como “se tudo der certo”, “não podemos garantir nada, mas pode ser que”, atente-se. Sugiro que você peça exemplos de funcionários promovidos: pergunte o que os fez se destacarem e quanto tempo de empresa eles tinham quando essa promoção aconteceu.


4) Como funciona o programa de treinamentos e desenvolvimento dos funcionários? 📚


Essa pergunta é especialmente importante em organizações onde, à primeira vista, não há tanta oportunidade de crescimento de cargo ou salário. É possível que, em contrapartida, seja uma empresa que invista em outras formas de desenvolvimento, como treinamentos internos, cursos externos, bolsas de estudo, etc. Há programas específicos para desenvolver lideranças, por exemplo, e essas iniciativas são uma forma de benefício.


Outra forma indireta de apoiar o aprendizado de novas habilidades é oferecer flexibilidade de horários, fazendo a diferença para quem cursa uma graduação ou mestrado com disciplinas durante o horário comercial, por exemplo. Nesse caso, vale dialogar (ainda que de forma introdutória) sobre como a empresa espera que você compense essas horas de trabalho.


Pontos de atenção: se a organização contribui com bolsas de estudo (totais ou parciais), atente-se às políticas internas. É possível que haja alguma cláusula vinculada à permanência do funcionário na empresa por determinado período (por exemplo, 2 anos após a conclusão do curso) e, em caso de pedido de demissão, o funcionário precisa reembolsar esse investimento. Adicione esse elemento à sua balança ao avaliar os prós e contras dessa oportunidade.

5) Como a empresa mudou desde quando você entrou? 🍂🍃


Você até poderia perguntar ao entrevistador se ele gosta de trabalhar ali, mas provavelmente seria uma resposta positiva e não necessariamente sincera (afinal, quais as chances de um entrevistador falar algo negativo sobre a empresa durante a entrevista?). Em vez disso, pergunte sobre como tem sido a vivência dele, desde quando começou até aquele momento. Observe o que é dito e como é dito — ou seja, nas entrelinhas, note o tom de voz, as pausas, as expressões e gestos. Perceba o que é mencionado como positivo sobre trabalhar ali, e se é um fator que você também valoriza.


Aproveite para saber mais sobre a dinâmica da organização: ela era uma empresa familiar? Estão enfrentando alguma reestruturação ou crise? Houve alguma mudança recente que impactou a forma como as pessoas trabalham ali? Essas respostas te ajudarão a entender melhor o contexto interno no qual você pretende se inserir.


Pontos de atenção: imagine que a organização migrou recentemente para um modelo de trabalho remoto. Vale a pena entender o quão recente é essa mudança e como ela tem ocorrido na gestão das atividades. Nessa temática, você pode se inspirar nestes dois artigos: Online ou disponível? E por que essa diferença importa no trabalho remoto e “Desculpe a demora” : por que removi essa frase da minha rotina.


Para conhecer outras sugestões de perguntas para fazer em uma entrevista, bem como entender o que está por trás das perguntas do Recrutador, acesse o curso Minha Próxima Entrevista. Ele tem um formato híbrido — ou seja, parte do conteúdo é gravado e você pode acessar quando quiser, e parte é ao vivo, em videochamadas individuais e personalizadas comigo. Te espero! 😉


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O que fazer agora?



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Artigo publicado originalmente aqui.

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Valeska Petek ® | Comunicação & Carreira

CNPJ: 44.068.235.0001-90

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