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Foto do escritorValeska Petek

Infância e carreira: como nossa história nos dá pistas do que nos faz felizes


Algumas profissões costumam ser bem populares entre as crianças, o que alimenta o sonho de ser astronauta, bombeiro ou médico, por exemplo. Há também quem sonhe em ser um artista famoso - especialmente quando há alguém em específico que gere inspiração. Independentemente do que motiva esse desejo, é possível que esse plano permaneça ou mude ao longo da vida - afinal, ao conhecermos outras profissões e possibilidades, adaptamos nossas expectativas e optamos por profissões diferentes. É o caso de uma criança que sonhava em ser bombeiro e, na vida adulta, optou por ser médico, por exemplo.


Mesmo nos casos em que a área escolhida parece desconectada daquele sonho original, há alguns fatores que podem explicar a relação entre eles. Afinal, quem sonhava em ser bombeiro pode ter se atraído por essa profissão pensando em salvar vidas - e outras áreas de atuação também possibilitam isso (como a medicina).

Além dessa relação mais explícita entre áreas de atuação, há aspectos do nosso subconsciente que também explicam o motivo de nos identificarmos com determinadas profissões. Ao conversar com a psicanalista Paloma Carvalhar para aprofundar nosso entendimento, ela destacou que:


"O inconsciente nos dá alguns sinais, como se fosse um iceberg, que possui uma estrutura muito mais complexa e profunda do que podemos enxergar na superfície. Os sinais podem ser diversos, e revelam algo bem mais complexo do que parece, por isso é tão importante investigarmos e nos conhecermos melhor".

Essa análise nos ajuda a entender tanto as decisões que tomamos até hoje, quanto também a fazermos o caminho inverso - olhar para o passado para entender quais profissões, áreas e atividades têm mais potencial de nos fazer felizes. Isso significa que, se você busca respostas para tomar melhores decisões de carreira, olhar para trás (como para o período da infância) pode te ajudar a encontrá-las.


"MAS, VALESKA, O MUNDO CORPORATIVO NÃO TEM NADA A VER COM A INFÂNCIA"


Não é à toa que o fundador da psicologia analítica (Carl Jung) reforça que "em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa".


Isso significa que a criança que mora dentro de cada um de nós não desaparece quando nos tornamos adultos - ela continua aqui. Pensando em um contexto corporativo, todas as organizações são constituídas de pessoas, e isso significa que, por trás de processos e sistemas, há seres humanos: cada um com a sua própria história de vida, crenças, comportamentos - e nossa versão "infantil" também está presente.


Entrar em contato com essa versão de quem já fomos pode fazer uma grande diferença no nosso autoconhecimento. Paloma explica que "esse processo exigirá uma habilidade dual, que é a de aprender com essa criança, mas também de assumir o controle e o protagonismo da sua história, agora que você é um adulto. Temos muito a aprender com as nossas questões infantis, tanto sobre nossas dores, traumas e gatilhos mais desafiadores, quanto sobre os nossos sonhos, espontaneidades e motivos que nos faziam sorrir".


SUA "CRIANÇA INTERIOR" PODE TE ACONSELHAR


Ao olharmos uma fotografia de nós mesmos como crianças, temos ideia dos lugares que visitamos, das roupas que gostávamos de usar e até dos brinquedos preferidos. Para entendermos mais sobre o nosso perfil, a ideia é aprofundar esse olhar, relembrando aspectos da nossa própria personalidade com a ajuda de quem nos acompanhou nessa fase. Aqui vão algumas perguntas que podemos fazer para pessoas próximas:


  • O que eu mais gostava de fazer na infância?

  • Qual era a minha brincadeira favorita?

  • O que eu não gostava de fazer?

  • Como eram os meus amigos? Eu tinha muitos amigos porque eu gostava de socializar ou eu era uma criança mais reservada?

  • Como era a vida que eu queria ter?

  • Quais eram os momentos ou situações que me deixavam mais feliz?

  • Quais eram os momentos ou situações que me deixavam mais triste?


Para todas essas perguntas, é importante não nos prendermos ao âmbito profissional: a ideia é nos sentirmos livres para explorarmos diferentes aspectos da infância. Paloma destaca que "situações que aparecem de forma aleatória e que muitas vezes parecem até 'inúteis' podem trazer respostas importantes que não apareceriam de forma óbvia". Ela reforça que tudo se conecta: uma criança que gostava muito de andar de bicicleta ou de atividades ao livre, por exemplo, pode se tornar um adulto frustrado com uma carreira cuja rotina o prende o dia inteiro dentro de um escritório.


Ao mesmo tempo, uma criança que gostava muito de brincar com animais, não necessariamente vai ser feliz caso se torne médica veterinária apenas por gostar de animais. Nessa situação, é possível identificar outras características: ela gostava de brincar de animais por qual motivo? Quais associações ela fazia sobre esse momento?


Além de conversar com outras pessoas que nos conhecem desde a infância, há exercícios individuais que podem nos ajudar em um período de transição de carreira. Em um ambiente relaxante, olhar fotos da nossa infância, por exemplo, nos ajuda a resgatar memórias dessa época. Outra ideia é o exercício de escrever uma carta para essa criança, contando como está nossa versão adulta, refletindo sobre quais sonhos conseguimos realizar e quais ficaram para trás.


VOCÊ NÃO PRECISA ANALISAR TUDO SOZINHO


Há diversos caminhos pelos quais podemos nos reconectar com quem fomos no passado, em busca de insights que a vida adulta acaba deixando de lado (e que um olhar para o passado pode ajudar a esclarecer). Conversar com amigos e familiares, viajar no tempo olhando fotos antigas, escrever uma carta para si mesmo... não existe certo ou errado, e sim o que funciona melhor pra cada um de nós.


A ideia é ir testando, colhendo informações, e depois aplicar as ideias que surgirem ao seu contexto atual, inclusive pensando no seu plano de carreira (que deve considerar tanto o que te traz insatisfação atualmente, quanto a vida que você gostaria de viver). Para acelerar esse processo, você pode também ter a ajuda de um Psicanalista (para fazer uma investigação mais profunda) e de um Mentor de Carreira (para te ajudar a colocar essas ideias em prática de acordo com os seus objetivos profissionais).


O processo de autoconhecimento ajuda profissionais em qualquer momento da vida, não importa a nossa idade. Basta procurar as respostas (elas já estão aí dentro)! :)


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Artigo publicado originalmente aqui.

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