Quem me conhece da escola ou da faculdade já sabe que aqui vive uma nerd de carteirinha. Com algumas exceções, eu era aquela aluna que sentava na primeira carteira, entregava as tarefas, lia muitos livros e extraía o máximo de conhecimento dos meus professores fazendo muitas perguntas (às vezes até fora do horário da aula). Inclusive foi assim que me destaquei e consegui o meu primeiro emprego (fui convidada a dar aulas de espanhol na escola de idiomas onde eu ainda era aluna).
Depois de me formar na graduação (em Relações Públicas), eu percebi que ainda me faltava alguma coisa - entendia muitos conceitos, mas na prática eu ainda tinha dúvidas sobre como proceder dentro de algumas organizações, o que me deixava insegura para atuar em um cargo de Analista de Comunicação, por exemplo. Além disso, tantas pessoas haviam se formado no mesmo curso que eu... fiquei pensando no que eu poderia fazer para me diferenciar.
Na época, resolvi fazer uma pós-graduação, e escolhi uma especialização que incluía, dentre outros temas, a Comunicação. Foi um curso enriquecedor que me ajudou a realmente pensar "fora da caixa", trazendo novas perspectivas, uma visão de mundo mais ampla, e um bom networking (conheci profissionais incríveis por lá, tanto professores quanto colegas). Depois desse curso, consegui trocar de emprego e me senti muito mais realizada profissionalmente - ou seja, valeu muito a pena.
"MAS, VALESKA, ENTÃO VOCÊ RECOMENDA QUE TODO MUNDO FAÇA UMA PÓS-GRADUAÇÃO?"
A educação e o acesso ao conhecimento com certeza são fatores que irão impulsionar o seu desenvolvimento (assim como foram pra mim), mas não existe apenas um caminho pra isso: depende do que você quer para a sua própria carreira.
Se você visa uma vaga em uma multinacional, onde o inglês é necessário, será que faz sentido focar no idioma? E se você quiser ter acesso a um conhecimento muito específico, será que um curso de menor duração supriria sua necessidade?
O ponto aqui não é condenar os cursos de pós-graduação como bons ou ruins para a sua estratégia de carreira (vamos combinar que não dá pra avaliarmos decisões só com esses dois extremos). Assim como ajudei tantos mentorados que estão na segunda (ou terceira) pós-graduação e ainda não conseguiram alcançar o cargo desejado, quero te ajudar a fazer escolhas conscientes dentro do que faça sentido pra você.
ANTES DE TUDO, ENTENDA O SEU GAP
Um gap (lacuna, em tradução livre) é a distância entre o seu momento profissional atual e o seu momento profissional desejado (falo mais sobre isso no artigo "3 passos para descobrir qual é a sua "vaga dos sonhos" (e como alcançá-la)"). É muito importante ter clareza sobre esse gap para tomar ações que realmente façam a diferença na sua preparação visando a vaga desejada.
Vamos imaginar um profissional graduado em Design e, sendo ainda mais específicos, um Designer Gráfico (ou seja, não é um Designer de Produtos nem um Designer de Interiores). Esse profissional já está dentro de um nicho, podendo atuar com ilustrações, por exemplo. E o grande sonho dele é trabalhar com animações, fazendo parte de um grande estúdio como a Disney/Pixar.
Recém-formado, ao pesquisar vagas nessa área notou que, para chegar lá, ainda precisa ganhar mais conhecimento em design de animações. Dependendo do que esse profissional tem em sua bagagem, pode ser que ainda faltem outras qualificações (como experiências e soft skills), mas por enquanto vamos focar nossa análise no item conhecimento.
HÁ MUITAS FORMAS DE SE APRENDER
O psiquiatra americano William Glasser desenvolveu, a partir de uma de suas teorias, o que chamamos de Pirâmide da Aprendizagem. Ele descreve que, como alunos, absorvemos conhecimento nas seguintes proporções:
10% quando lemos;
20% quando ouvimos;
30% quando observamos;
50% quando vemos e ouvimos;
70% quando discutimos com os outros;
80% quando fazemos;
95% quando ensinamos.
Vamos relacionar isso a alguns exemplos de fontes de informação que temos disponíveis:
Leitura: livros, revistas, jornais, sites e fóruns online, textos em redes sociais, manuais de instrução;
Audição: audiolivros, podcasts, rádio;
Observação: colega executando uma tarefa ou apresentando determinado comportamento;
Visão e audição: filmes, séries, documentários, vídeos no Youtube, tutorial gravado por um colega de trabalho, palestras;
Discussão: debates guiados, grupos de estudo, reuniões, conversas informais;
Fazer: execução de uma tarefa prática, cadernos de exercícios, aplicativos de celular com desafios;
Ensino: dar uma palestra ou curso; orientar um novo colega de trabalho.
No contexto de uma sala de aula, ao elaborar o conteúdo de um curso, o professor pode trazer vários desses elementos: atividades de leitura, vídeos, debates e até apresentações. Esse é um caminho válido, que explora a diversidade de formas pelas quais absorvemos conhecimento (o que aumenta as nossas chances de não esquecermos o conteúdo ensinado). Além disso, essa essa variedade de atividades também ajuda a incluir todos os perfis de aprendizagem (cada pessoa pode ter preferência por um tipo de estímulo - por exemplo: há quem goste de entender a teoria antes de colocar a mão na massa, enquanto há quem prefira experimentar e testar sozinho primeiro).
DENTRO DA OPÇÃO "CURSOS", AINDA HÁ POSSIBILIDADES
No contexto do nosso Designer que quer atuar com design de animações, é possível aprender através de muitas fontes de informação. Caso ele opte por aprofundar seu conhecimento através de um curso, ele pode (além da graduação em Design, já completa), considerar:
Uma pós-graduação (especialização ou programa de mestrado, por exemplo);
Alguns cursos livres (dos mais diversos temas) de curta ou média duração;
Uma certificação na área;
... e muito mais!
Essa decisão será tomada com base no conhecimento que ele quer adquirir. A intenção é aprender a utilizar um software em específico para começar a praticar e criar um portfólio? Ou se tornar especialista na criação de personagens em 3D utilizando texturas? Ou então entender todo o processo de gestão de um projeto de design de animação? Ter clareza dessa expectativa vai ajudar a avaliar qual formato de curso irá atendê-la.
Não importa qual seja o seu gap, desde que você entenda exatamente o que está buscando, você poderá trabalhar para diminui-lo. Se te falta algum conhecimento específico, tenha clareza sobre o que, especificamente, você precisa aprender (caso não tenha certeza, pesquise as tendências de mercado na sua área ou consulte um Mentor de Carreira pra te ajudar a avaliar o seu caso). O importante é ser estratégico ao investir seus recursos (de tempo e financeiros) para ficar cada vez mais perto da sua vaga dos sonhos. :)
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Artigo publicado originalmente aqui.
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