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  • Foto do escritorValeska Petek

De Jornalista a Economista: uma história sobre transição de carreira


Uma das maiores alegrias do meu trabalho é a oportunidade de conhecer a história de vida de tantas pessoas. Cada um de nós é individualmente original: ninguém tem as mesmas experiências e ninguém tem a mesma combinação de conhecimentos e habilidades. Ter acesso a essas histórias me inspira a perceber que para cada sonho de carreira há uma forma de chegar lá.


Hoje compartilho a jornada de uma das profissionais que orientei, com uma vivência que mescla duas áreas de formação: graduada em Jornalismo, ela resgatou um sonho antigo de estudar Economia e passou por uma transição de carreira. Confira essa entrevista com a Karen e se inspire na possibilidade de reunir dois sonhos em um! 😉


Vamos lá, Karen! Podemos começar conhecendo um pouco sobre você? Qual a sua formação acadêmica?


Sou graduada em Jornalismo e também em Economia.


Quantos anos você tem de experiência em cada área?


Trabalhei por uns 7 anos com o Jornalismo e estou na Economia há pouco mais de 5 anos.


Quais habilidades (soft skills) você percebe ter?


A principal é a minha habilidade de comunicação, algo fundamental no Jornalismo e que se tornou um diferencial na Economia. Também tenho um bom planejamento, tanto para organizar atividades do dia a dia quanto priorizá-las (tenho facilidade para identificar o que é urgente e agir). Além disso, me considero uma pessoa que aprende muito rápido.


Legal! Agora vamos entender a sua trajetória: com qual idade você começou a trabalhar?


Comecei bem cedo, ajudando a minha mãe na loja dela. Meu primeiro emprego formal foi em 2007, digitando notas fiscais em um escritório de Contabilidade, quando estava no meu primeiro ano da faculdade de Jornalismo.


Na época, como você imaginava que seria a sua carreira no futuro? Você sonhava em ter alguma profissão em específico?


Desde os meus 12 anos eu sonhava em ser Jornalista, pois queria seguir a carreira do meu pai (Jornalista e Economista). Como sempre gostei muito de ler, eu planejava atuar em uma redação (focada em hard news, o Jornalismo em tempo real). Enquanto estava em um ônibus, por exemplo, gostava de ouvir as histórias das pessoas enquanto conversavam, e pensava que se pudesse ajudar uma única pessoa com o que eu publicasse, meu trabalho já teria sido bem feito.


Você tinha um planejamento de carreira?


Na verdade eu não tinha planejamento, demorei pra entender que carreira é estratégia. No começo da minha, eu tinha muita dificuldade pra chegar até as empresas e falar que queria trabalhar lá. Só mandava aquele currículo-padrão e penei muito pra entrar no mercado de trabalho. Depois que entrei, não tive tantas dificuldades: minhas pausas foram intencionais e conseguia emprego rápido (as coisas foram fluindo porque o meu trabalho falava mais alto do que o meu currículo).


Qual (e como) foi a sua maior mudança profissional?


Eu atuava como Jornalista e até gostava, mas o mercado não era favorável, tinha a impressão de que o cenário era de piora. Na época, poderia ter atuado em uma linha mais voltada para o marketing (que estava em expansão), mas eu não era fã da área. Percebi também que eu tinha facilidade com números em comparação aos meus colegas Jornalistas, gostava de planejar produtos, pensar no mercado considerando valores, entre outros insights. Quando prestei vestibular eu já havia ficado na dúvida entre Jornalismo e Economia, e após concluir o primeiro curso, o sonho de me formar no segundo ficou mais forte.


Essa mudança aconteceu por uma escolha sua ou foi causada por algum outro motivo?


Foi uma escolha própria. Quando falamos de carreira (lá na época da escola), pensamos no que é ideal, no que gostamos de fazer. Entretanto, as carreiras são muito fluidas e ainda não temos muita visão de mercado. Vejo que isso traz infelicidade pra muitas pessoas - tenho muitos colegas Jornalistas que migraram pra outras áreas pois se sentiram desgastados ao vivenciar a realidade do setor. Costumo dizer que "o melhor trabalho é aquele que paga os nossos boletos", e não me arrependo de ter feito essa mudança pois sou mais feliz hoje.


Qual foi a sua primeira ação para fazer essa mudança acontecer?


Comecei a faculdade e fui montando minha estratégia pra essa mudança acontecer. Continuei atuando com Jornalismo enquanto estudava Economia, e no segundo ano do curso pedi demissão. Fui para um cargo "menor" do que tinha como Jornalista, dando um passo pra trás para poder, depois, andar para a frente. Sei que às vezes é possível conseguir uma oportunidade no mesmo patamar, mas eu já tinha em mente que talvez esse recuo fosse necessário, especialmente se a área nova fosse muito diferente da área em que eu já tinha experiência.


Quanto tempo levou, mais ou menos, desse a sua primeira ação até você sentir que essa transição foi concluída?


Aproximadamente 2 anos.


O que você precisou aprender? E quais conhecimentos você "aproveitou" da área anterior?


Como era uma área nova, tive que aprender desde o básico de Economia e como lidar com números. Vejo que há habilidades que em qualquer carreira precisamos ter: saber falar bem com as pessoas e usar Excel - tendo isso, podemos trabalhar em quase qualquer lugar! 😅


Por fim: qual conselho você daria para alguém que esteja considerando passar por uma transição de carreira?


Se você está considerando fazer isso, é porque alguma coisa te incomoda hoje. Só pensamos em mudar quando o incômodo de ficar onde estamos já é muito grande. Se você tem dúvidas, faça seu plano e vá. Fiz isso quando queria fazer uma transição, e montar um plano (e segui-lo) fez toda a diferença na época. Se você não tem condições de "largar tudo" e arriscar, faça aos poucos, como eu fiz. Você pode entrar em uma faculdade, fazer cursos extras... Tantas pessoas migram! Meu cunhado era Engenheiro Agrônomo em uma usina, tinha vontade em ir para a área tech, se preparou e migrou. Essa mudança não vai acontecer de um dia para o outro, mas se você não começar hoje, amanhã vai estar arrependido por não ter começado. Tente! O máximo que vai acontecer é você não conseguir. Não faça loucuras, mas tenha alguma segurança e vá aos poucos.


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Se você se identificou com a história da Karen, me conte! E marque aqui alguém que está passando por reflexões parecidas e que vai gostar desse artigo. Vou adorar ler seus comentários ou dúvidas!


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Vamos juntos construir a carreira que você quer ter?


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Artigo publicado originalmente aqui.

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