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Foto do escritorValeska Petek

"Por que não consigo trocar de emprego?"​: 6 motivos e o que fazer


Você sonha com o dia em que irá pedir demissão, mas precisa de um novo emprego primeiro.


Ao pesquisar no Google por dicas para trocar de emprego, não faltam "fórmulas mágicas". Há a área de atuação do momento, uma lista de soft skills desejadas pelas empresas, aquele curso que você "tem que" fazer para não ser um profissional ultrapassado, entre outras. Você segue parte das dicas e, mesmo com uma boa capacitação, nada acontece. Uma entrevista aqui, outra ali, mas nada concreto que te possibilite dar o próximo passo da sua carreira.


Te falta uma pós-graduação? Precisa de mais experiência? Não é comunicativo o suficiente?

Se você também quer entender o porquê não consegue trocar de emprego, vem comigo!


📤 MOTIVOS EXTERNOS 📤


Nem tudo é sobre você. Há fatores externos que fogem ao seu controle e, mesmo assim, impactam sua empregabilidade. Aqui vão três deles:


1) DINÂMICA DO MERCADO 📈


Um exemplo claro de como o mercado está suscetível a mudanças foi a pandemia de COVID-19. Na época, além do impacto na saúde das pessoas, houve uma sensação de incerteza sobre o futuro, que causou instabilidade tanto no consumo de produtos e serviços quanto no fornecimento de matéria-prima. Assim, enquanto algumas áreas (como a da saúde) passaram a contratar pessoas, outras sofreram uma retração: muitas organizações demitiram parte da sua equipe (como aconteceu comigo), enquanto outros estabelecimentos oficializaram o encerramento de suas atividades.


Em proporções menores, crises acontecem todos os dias: um escândalo que revela corrupção em uma empresa, uma propaganda que gerou indignação nas redes sociais, o surgimento de uma nova tecnologia que substitui um produto que parecia indispensável... esses e muitos outros elementos podem impactar os negócios e o planejamento de contratações. Isso mexe com a dinâmica de vagas abertas, bem como as qualificações desejadas e os salários oferecidos.


2) OUTROS CANDIDATOS CONCORRENTES 👩👱👵


Você buscou conhecimentos teóricos e técnicos, teve experiências na área e desenvolveu soft skills adequadas ao cargo: parece a receita perfeita para o sucesso, certo?


Enquanto participa do processo seletivo, você nota que há outros três candidatos. Um tem fluência em inglês (enquanto o seu nível é intermediário); outro candidato tem o mesmo nível de inglês que você, mas tem mais anos de experiência; por fim, outro candidato trabalhou em uma empresa do mesmo segmento da empresa desejada por todos vocês, e você acredita que isso seria um diferencial.


Não há como saber qual será o critério de desempate para que a equipe de recrutamento tome essa decisão. Dependerá do desempenho de cada um em suas entrevistas, e também do que a empresa e a área estiverem precisando mais naquele momento.

3) VIESES INCONSCIENTES DO ENTREVISTADOR 💭


Por mais que os profissionais responsáveis pelos processos seletivos tenham recebido o treinamento adequado, é quase impossível fazer uma avaliação 100% livre de preconceitos. Como seres humanos, todos temos nossas crenças e histórias de vida, o que induz a determinadas interpretações sobre um mesmo fato.


Por exemplo: um profissional que se posicione de maneira assertiva pode ser visto como um "líder nato", ou então como "agressivo demais".


Esses vieses inconscientes são ainda mais frequentes quando consideramos recortes de gênero, etnia e orientação sexual, e devem ser combatidos, pois se trata de discriminação. Entretanto, enquanto não há um debate profundo o suficiente que gere mudanças estruturais na nossa sociedade, infelizmente é algo a que ainda podemos estar sujeitos, em maior ou menor grau.


📥 MOTIVOS INTERNOS 📥


Aqui é onde você tem mais poder de ação. Avalie quais deles se aplicam ao seu caso e os caminhos sugeridos para lidar com esses obstáculos:


4) FALTA DE ALGUMA QUALIFICAÇÃO 🎓


Observe os requisitos das vagas que você teria interesse em ocupar. Quais são os requisitos mais frequentes? Lembre-se de considerar o CHA (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, ou seja, aspectos teórico-técnicos, experiências e também soft skills (descrevo melhor esse conceito no artigo Como funciona um processo seletivo: o que todo candidato precisa saber).


O segundo passo é observar o que você tem, bem como o nível de aprofundamento (básico, intermediário, avançado). Só porque uma única empresa estabeleceu como requisito o conhecimento avançado em determinado software, por exemplo, não significa que você precisa se aprofundar nele. Entretanto, caso essa seja uma habilidade mencionada em várias vagas do seu interesse, essa é uma pista de que se trata de uma habilidade realmente importante para esse setor - portanto, pode valer a pena preencher esse gap, aumentando sua qualificação.


5) DESCONHECIMENTO SOBRE O PRÓPRIO REPERTÓRIO 🔍


Só é possível comparar nossas qualificações com o que uma vaga pede quando conhecemos nosso próprio repertório. Através das mentorias que realizo com profissionais de diversas áreas, percebo o quanto é incomum que profissionais olhem para dentro - ou seja, muitas vezes não conhecemos a nós mesmos o suficiente.


Além disso há habilidades que, à primeira vista, não têm relação com nossos objetivos profissionais, mas que, após um olhar atento, vemos que podem se tornar nossos diferenciais (falo mais sobre esse tema no artigo Habilidades Transferíveis: e como usá-las para trocar de emprego). Talvez você até descubra que já tem tudo o que precisa para conquistar aquela oportunidade desejada (ou mesmo uma vaga intermediária, que ainda não é a sua vaga dos sonhos, mas que te aproximará dela no futuro).


6) DIFICULDADE EM SE POSICIONAR PARA O MERCADO ☝


Imagine que você já tenha uma boa qualificação profissional no aspecto de conhecimentos, também teve experiências relevantes na sua área de atuação, e até as habilidades comportamentais (soft skills) parecem alinhadas com o que a maioria das empresas buscam dos profissionais do seu segmento. O que fazer agora?

Primeiramente: se você se vê nesse momento de carreira, parabéns! Isso significa que você se construiu como um profissional relevante para o mercado. Agora, o próximo passo é comunicar isso de forma adequada.


  • Seu currículo e seu perfil no LinkedIn valorizam quem você é, ou ainda estão escritos de forma genérica?

  • Você sabe valorizar sua trajetória profissional em uma entrevista de emprego, ou ainda dá respostas-padrão e clichês?


Para começar a ser mais estratégico sobre o seu posicionamento em processos seletivos, sugiro a leitura de A diferença entre um currículo padrão e um estratégico: e como fazer o seu e Perca o medo da entrevista: como se "vender" como o melhor candidato. Você também pode contar com meu direcionamento personalizado através dos meus cursos. Será um prazer te acompanhar nesse processo! :)


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O que fazer agora?



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Artigo publicado originalmente aqui.

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